Diário de um deficiente visual...
Quando nasci ouvi a voz de Deus
Refletida no vento quando a chuva caia
E lá fora senti o abraço da brisa roçando meus cabelos
Pude enxergar o cheiro das flores
E a segurança do chão segurando meus pés...
Não tive tempo de chorar o que não vi...
Somente senti vontade de aprender a ouvir
Parecia muito alto o som de um sorriso
Parecia muito baixo o grito de ser compreendido...
Minhas mãos custaram a aprender a confiar...
Quando nasci tive tempo pra conquistar
Cada figura geométrica em meu coração
Aprendi a chamar de irmão até mesmo quem nunca vi
Pude conversar com Deus sem fechar meus olhos
Aprendi a perdoar tantos erros...
Quando nasci decorei a palavra amor sem saber sua cor
Cursei a faculdade da fé junto a Jesus...
Fiquei a espera de um por de sol diferente em cada entardecer
Sentindo a brisa amiga sussurrar a beleza do horizonte
Ouvi o canto do mar mil vezes...
Aprendi a dormir sonhando com o brilho das estrelas
Mesmo sem conhecer a luz...
Chorei tantas noites lavando meus olhos e, imaginando
A cor do azul...
Acordei acariciando a esperança de dialogar
Com minha consciência livre...
Aprendendo a respirar diversos perfumes...
E a luz de um rosto novo
Aprendi que quem ama pode ver o sol...
Quando nasci prometi nunca desistir
Pois não é preciso visão pra educar o coração
A ser feliz!
Poesia: Marisa ZPS
*Direitos Reservados.
Quem sou eu
- Marisa ZPS Poesias e versos
- SOU BRASILEIRA, SENSÍVEL E UMA PESSOA DE MUITA FÉ. (Sincronismo) Você pode bailar... Mover seu corpo em aspirais, Se transformar... Ser como o vento, Alastrar seu encanto, Sem danificar seu corpo. Você pode voar... Através dos teus sonhos, Levedar pelo ar. Como um pássaro viajar, Sem sair do lugar. Você pode bailar... Ouvindo o som do seu próprio canto, (Ou ser como o tordo dos remedos), Imitando outros cantos. Você pode sincronizar teus passos Ao encontro dos teus anseios... (Cada um tem seus próprios meios). Você pode decolar com passos leves, Saltitando... A felicidade é o teu chão, Teu cérulo palco de luz! Mesmo que não haja nenhum som... É possível malear a aflição, Basta querer sorrir... Mesmo que a vida lhe diga não. A verdadeira bailarina nunca desanima, Somente troca as sapatilhas.
